Análise da criação de uma família de produto
- Fernando Duarte
- 25 de abr. de 2019
- 6 min de leitura
Neste post trazemos um artigo que explica as vantagens e os motivos de se criar uma família de produto analisando as gerações dos carros da Ford
Universidade do Sul de Santa Catarina
Campus Norte da Ilha
Design
Projeto de Pesquisa Aplicada e Extensão em Design
Artigo
Florianópolis
2011
Universidade do Sul de Santa Catarina
Campus Norte da Ilha
Design
Projeto de Pesquisa Aplicada e Extensão em Design
Professor: Tiago Cruz
A Padronização da Interface Automotiva da Ford no Brasil de 1990 até 2011
Aluno: Fernando Duarte de Souza
Florianópolis
2011
A Padronização da Interface Automotiva da Ford no Brasil de 1990 até 2011
Introdução
Hoje em dia o automóvel se tornou um bem acessível tendo em vista que 47%(senso do IBGE 2009) da população brasileira possui um ou mais carros e com essa procura a oferta tende a suprir a necessidade de demanda.
Com a alta produção de automóveis a concorrência também tende a crescer dessa maneira diversas montadoras se instalaram no Brasil. Todos os anos aparecem mais empresas querendo desfrutar desse mercado, conseqüentemente o numero de carros aumentou e as empresas tiveram que tomar decisões estratégicas para se manter no mercado
Uma das estratégias que vou tentar provar por meio deste artigo é a padronização da interface automotiva dentro de uma montadora, e suas conseqüências.
Neste artigo vou apresentar o que seria uma padronização que também pode ser chamada de família de produto e fazer análise da padronização dentro de uma montadora, por meio de fotos em ordem cronológica para saber a quanto tempo isso esta ocorrendo, e então descobrir o porquê desta padronização
Também será comentado sobre a história do automóvel para analisar o porquê dos carros serem iguais ou muito parecidos e fazer relações do que se passava na época com a produção de automóveis.
Desenvolvimento
Segundo Wilson Antonio Pizzol e Nelson Carvalho Maestrelli uma família de produtos é um grupo de produtos que possui processos de fabricação em comum e também elementos e acessórios. Womack (2001) sugere a criação da matriz da família de produtos (tabela 1), que consiste na criação de uma tabela descrevendo a lista de produtos e os processos ou equipamentos utilizados.
Modularização automotiva
Do ponto de vista do projeto de produtos, a modularização é classicamente obtida a partir de uma arquitetura modular. Sanchez (2002) explica que a arquitetura modular do produto é aquela que é projetada para possibilitar a combinação e o encaixe de diferentes componentes, objetivando configurar o maior número possível de variações do produto (PELEGRINI, 2004).
Atualmente, com o novo cenário econômico mundial, a indústria automotiva
incorporou definitivamente as práticas de racionalização e redução de custos, intensificando os processos de globalização, de hierarquização dos fornecedores, de modularização, de consórcios e condomínios industriais, os quais alteraram profundamente a dimensão industrial de todo o negócio (ARBIX & VEIGA, 2004).
A modularização possibilita uma variedade maior de produtos, com respostas rápidas às mudanças de desejo e às necessidades do consumidores,
atendendo a usos diversos. Desse modo, a modularização permite a produção de diferentes produtos pela combinação de componentes padronizados (SAKO & MURRAY, 2000).
História da Indústria Automotiva até 1990
A padronização automotiva é um sistema que começou a ocorrer em 1913 com a produção em série de Henrry Ford com o modelo T onde ele desenvolveu um sistema de produção para baratear custos e torná-lo acessível a todos os públicos.
Com o passar dos anos a Ford foi ganhando concorrentes no mercado com a concorrência ocorreram diversas maneiras de fazer um produto diferenciado, e uma delas foi investir na estética dos automóveis para fortalecer a imagem da marca
Harley Earl possuía uma maneira diferente de pensar na concepção dos carros, isso foi provado quando ele introduziu inovações na Seção de Artes e Cores da GM, fazendo com que os métodos criados por Henry Ford ficassem obsoletos, sua maneira de criar automóveis era sempre visando à imagem da marca
Após a segunda guerra mundial (1945) foi introduzido no Japão e depois no mundo o sistema de produção do toyotismo, esse sistema foi desenvolvido por Taiichi Ohno e suas características principais são o justin in time, que tem como objetivo produzir somente o necessário e eliminar estoques, e seu métodos são através de células de produção, onde todos os funcionários conhecem todas as etapas de produção, podendo alternar a sua função para na causar estresse por repetição dessa maneira fazendo com que o funcionário renda mais.
A Toyota, ao adotar a concepção "enxuta" e rompendo com a produção em série, possibilitou oferecer um produto personalizado ao consumidor. As ferramentas utilizadas eram de acordo com cada proposta demandada pelo cliente. Inclusive, passou a produzir automóveis com larga escala de cores, sem gerar custos adicionais. (Tiago Dantas)
A Indústria Automotiva no Brasil a partir de 1990
No Brasil essa concorrência aberta se sucedeu na era Collor que começou em 1990 onde o presidente da época Fernando Collor de Melo abriu o mercado para produtores internacionais então diversas montadoras começaram a importar seus automóveis para o Brasil, já no governo de Itamar franco essa concorrência se consolidou com as instalações de novas montadoras no país.
A partir de 1990 as maquinas de produção também começaram a ser importadas facilitando a produção das indústrias que já estavam no Brasil, por exemplo, a Ford Motors e sua linha de modelos aumentaram consideravelmente, a seguir vamos ver alguns de seus modelos a partir de 1990
Análise Diacrônica dos carros Ford de 1990 até hoje
1983 Ainda neste ano, é lançado (como modelo 1984) o "Escort", carro mundial da Ford, com motor de 4 cc, 1,6 L CHT. Era o 1º carro da Ford com motor transversal. Foi considerado o melhor motor à alcool do país. O Escort era exportado para a Finlândia.

1990 A Ford lança o "Verona", modelo de 3 volumes derivado
do Escort, era o primeiro carro da cooperação Ford-Volkswagen.

1991 Criado o "Versailles" para o seguimento de carros de luxo, com transmissão automática opcional.

Os modelos criados a partir de 83 até 91 apresentam faróis com linhas mais retas suas grades de entrada de ar seguem a mesma linha assim como a forma geral dos automóveis📷

1996 A fábrica de S.B. do Campo foi totalmente reprojetada e deu inicío à produção do Ford Fiesta nacional.

1996 Versailles

1996 Verona

1996 Escort SW

Em 96 foi lançado a nova linha da Ford baseado no novo Fiesta, onde possuía formas mais arredondadas, no caso do versallies foi feita apenas a troca da grade frontal, mas nos outros casos os modelos foram reformulados com as novas características da Ford (faróis com linhas curvas, grade frontal em formato de elipse e linhas gerais arredondadas).

1997 Lançado o Ford Ka, 1º carro da linha New Edge.

2000 Surge o "Ford Focus" , lançamento que revolucionou a imagem e o design da marca. O Focus assume a produção de um dos carros mais premiados no Brasil e no mundo.

Em Junho de 2002, chega ao público o novo Ford Fiesta, totalmente remodelado.

Em 97 a Ford lançou o conceito do New Edge com o surgimento do Ford Ka onde todas as linhas se conectam de alguma forma, faróis repuxados com suas grades frontais também repuxadas se conectando com os faróis.

2003 A Ford investe no seguimento das "Suvs" ( veículo utilitário esportivo ) no Brasil e lança o "Ecosport" com motores 1.0 8V, 1.6 8V, 2.0 16V.

2008 Fiesta

2009 ford Ka


2008 Focus remodelado com a nova tendência da Ford

2009 a Ford lança mundialmente o new fiesta

2011 Surge o novo fiesta brasileiro e o Ford Ka com a frente nova



Conclusão
Nesse artigo é mostrado que uma família de produto pode-se caracterizar por possuir processos de produção semelhantes, peças e acessórios, logo depois foi apresentado que hoje em dia os carros utilizam-se de peças similares, pois são produzidas sobre um conceito modular, onde pode-se recombiná-las e fazer uma nova versão, seus processos de produção também são semelhantes. Mas não são apenas as peças arquitetônicas, os motores também são utilizados em mais de um carro como é o caso do motor 1.6 rocan da Ford, que é utilizado no Ka, Fiesta, Focus, EcoEsporte, e sem contar os acessórios que são inúmeros itens que repetem-se em diversos modelos como painel, entradas de ar condicionado entre outros.
Essa caracterização de família é fortalecida através da parte estética do automóvel, onde se utiliza padrões para montar a aparência do próprio, como grades de entrada de ar, faróis e linhas de definição, essa padronização pode ser observada na análise diacrônica onde os modelos repetem as interfaces em um mesmo período de tempo, como por exemplo: Ka, Fiesta e Focus de 1997 a 2002
Referencias:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0107_0622.pdf 20/08/2011 17:00
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/governo-fernando-collor-de-mello/fernando-collor-de-mello-1.php 06/09/2011 16:00
http://www.ford.com.br/sobre_ford.asp 08/08/2011
www.carofthecentury.com 06/09/2011
Comments